Atenção: Esta é uma importante informação para os celíacos e aqueles que tiverem um grau de intolerância mais alto. Se você tem certeza (foi diagnosticado) que não é celíaco, que não tem intolerância ao glúten , não precisa se preocupar. :)
Parace até paranóia! mas por não sabermos, ou por não estarmos atentos a estes pequenos detalhes podemos estar sujeitos a "silenciosa" ação prejudicial do glúten a nossa saúde, podendo até mesmo ao longo do tempo, nos surpreender com o diagnostico de uma Dermatite Herpetiforme (Já falei sobre este assunto anteriomente). Portanto, vale a pena se aprofundar no assunto!
O glúten está presente em
muitos produtos de beleza e higiene, como batom, creme dental e xampu. Um tipo
específico de doença celíaca tem seus sintomas desencadeados pelo uso de
itens com a substância.
Existe uma turma de celíacos que segue à risca a
restrição alimentar e, mesmo assim, de uma hora para a outra começa a
apresentar erupções na pele que, a princípio, lembram picadas de inseto e
em pouco tempo viram bolhas que ardem e coçam bastante. Em alguns
casos, elas são acompanhadas pelos sintomas gástricos. É o caso da Derrmatite Herpetiforme citada anteriomente.
Pergunta:
se esses indivíduos cortaram totalmente essa proteína do cardápio, como
ela provocaria o quadro? "Por meio de cosméticos com ingredientes
derivados da substância na sua formulação", responde a dermatologista
Erica Monteiro, do Centro de Cosmiatria do Departamento de Dermatologia
da Universidade Federal de São Paulo, a Unifesp. Isso também pode
acontecer com gente que nem desconfia que é intolerante e, assim, não
faz nenhuma ligação entre o aparecimento das marcas na pele com o
contato com o glúten. E muito menos com o uso desses produtos.
No
entanto, mais difícil do que descobrir que essa molécula causa bolotas e
afins na pele é saber em que cosméticos ela está presente. A proteína
pode ser usada em fórmulas para o tratamento do corpo, do rosto, dos
lábios e dos cabelos, mas os fabricantes nem sempre declaram de forma
direta a presença dela e utilizam apenas uma nomenclatura muito técnica
para descrever o que há dentro da embalagem. Foi o que descobriu um
estudo realizado na Universidade George Washington, nos Estados Unidos,
um dos trabalhos apresentados no último congresso do Colégio Americano
de Gastroenterologia, realizado recentemente em Washington, também na
terra do Tio Sam.
Os pesquisadores americanos chegaram a essa
conclusão depois de buscar a palavra glúten ou a expressão livre de
glúten no site das dez maiores companhias de cosméticos do país. Além
disso, procuraram dados sobre os ingredientes dos produtos em um site
independente. A investigação revelou que apenas duas das empresas
ofereciam informações detalhadas sobre o que é usado em suas fórmulas.
E, mesmo assim, os experts não conseguiram identificar as fontes da
proteína com a ajuda da web. Ou seja, se para os especialistas é um
desafio saber em quais itens havia ou não glúten, imagine para os
leigos.
O administrador de empresas carioca Wladimir Azevedo, de
40 anos, conhece bem a dificuldade de desvendar o rótulo de cosméticos.
"Descobri que tenho dermatite herpetiforme em 2004, depois de passar por
vários dermatologistas que sempre afirmavam que se tratava de uma
psoríase e, por isso, me enchiam de corticoides", relata Azevedo.
"Assim, do início dos sintomas até o diagnóstico correto se passou um
ano", lembra. No início, ele, que antes de retirar a substância do
cardápio sofria com alguns dos problemas gástricos da doença celíaca,
teve dificuldade para se adaptar à restrição alimentar, porque se sentia
constrangido ao ser convidado para jantar na casa de algum amigo. "Sem
contar que muitas pessoas acham que isso não passa de um capricho ou uma
dieta da moda." Hoje, Azevedo lida muito bem com a situação e até
levanta a bandeira da causa.
Falta Informação
Apesar
de lidar bem com o seu diagnóstico e ter bastante conhecimento sobre a
doença, Azevedo ainda tem dificuldade para encontrar cosméticos que não
ofereçam riscos aos portadores de dermatite herpetiforme. "Como é muito
complicado identificar a presença da substância na embalagem, muitas
vezes apelo para tentativa e erro, o que não é nada bom", afirma. "Seria
muito mais fácil se houvesse um alerta, como acontece com os
alimentos." Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a
Anvisa, de fato não há no país uma norma que regularize a forma como as
empresas da área devem declarar o uso do glúten em seus produtos. "E os
rótulos de cosméticos costumam ter seus ingredientes escritos em
inglês", lembra a dermatologista Erica Monteiro.
Ao que tudo
indica, infelizmente ainda parece existir um longo caminho até que os
portadores da doença consigam escolher seus cremes, hidratantes e xampus
sem correr o risco de apresentar os sintomas do mal. "No Brasil, os
estudos sobre o assunto são praticamente inexistentes e sentimos
dificuldade dos fabricantes para entenderem essa necessidade de informar
se há glúten ou partículas de cereais em suas fórmulas", conta Lucélia
Costa, presidente da Federação Nacional das Associações de Celíacos do
Brasil. "Aqui, não existe nenhuma marca considerada totalmente segura
para essas pessoas. Isso é uma pena, porque elas têm muita dificuldade
para exercer a sua vaidade e são consumidoras fiéis daquilo que não
oferece perigo", lamenta Lucélia.
Fonte: Revista http://saude.abril.com.br/
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